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sexta-feira, 1 de março de 2013

Nabos


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Um nabo já sem terra nos dentes,
Enterrou os olhos no seu pequeno quintal,
Quando outro nabo divulgou pequenas sementes,
Entre as pequenas mentes do seu nabal,
Choveram promessas;
Entrementes,
Na superfície lisa dos crentes,
E submersão das eiras,
Expostas a um sol desigual,
Que aquecia círculos de peneiras,
      Outro sol cozia nabos de Portugal!...

Ninguém viu os ventos,
Nas sementes prescritas,
Nem invernos violentos,
Antes dos frios cinzentos,
     Das primaveras malditas!...

Fizeram-se bonecos de neve,
Para morrerem de frio,
Há um desaparecido no nevoeiro,
Á procura da morte pelo que não deve,
Sem encontrar a cor do dinheiro;
Derretem bonecos e sorrio,
Vejo um desaguar leve,
    Nas lágrimas do pranto…
                                                          E rio…!

Que deus me perdoe!...

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Presépios...

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Sem o brilho da ilusão,
Monta-se o presépio dos iludidos,
Em cada cena sobressalta a alucinação,
Abraçada pela insânia dos desejos perdidos,
É dormente a força perdida deitada nos pedidos,
E o desejo dorme no desperto íntimo da humilhação,
Enquanto o estábulo deserto pretende ser a negação,
Da Luz acolhida na esperança de todos os acolhidos,
Para quem a saudável humildade é a realização,
   Dos humildes desejos dos desiludidos!... 

No outro lado prescindiu-se da esperança,
Enfeitaram-se pinheiros de ouro com peso imoral,
Nada se perdeu nem em Jesus há qualquer semelhança,
Com o pequeno brilho desprezado pelo infiel fiel da balança,
Onde são pesados os mais pesados erros de enfeite fatal,
E há ricos que se vão perdendo numa alucinada dança,
   Nos delirantes tentáculos de um padrasto natal!…

Ardem palhas de conforto possível,
Nos olhos inflamados em fogo sem rosto,
Derramam-se lágrimas falsas de combustível,
   Na Esperança sempre vítima de fogo posto!...
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