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Um nabo já sem terra nos dentes,
Enterrou os olhos no seu pequeno quintal,
Quando outro nabo divulgou pequenas
sementes,
Entre as pequenas mentes do seu nabal,
Choveram promessas;
Entrementes,
Na superfície lisa dos crentes,
E submersão das eiras,
Expostas a um sol desigual,
Que aquecia círculos de peneiras,
Outro sol cozia nabos de Portugal!...
Ninguém viu os ventos,
Nas sementes prescritas,
Nem invernos violentos,
Antes dos frios cinzentos,
Das primaveras malditas!...
Fizeram-se bonecos de neve,
Para morrerem de frio,
Há um desaparecido no nevoeiro,
Á procura da morte pelo que não deve,
Sem encontrar a cor do dinheiro;
Derretem bonecos e sorrio,
Vejo um desaguar leve,
Nas lágrimas do pranto…
E rio…!
Que deus me perdoe!...
E rio…!
Que deus me perdoe!...
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