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quinta-feira, 10 de maio de 2018

Alma de um Livro Invisível

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Sou este meu livro que nunca escrevi,
Aos olhos ínvios de quem nunca me lê,
Sou cada página que à página fala de si,
    Não há uma só folha que saiba porquê!...

Desfolha-me quem não me vai lendo,
Passa pelo livro que sou e não me vê,
Já cheias do que não vou escrevendo,
    Ficam as nuas páginas à minha mercê!...

Há perfume escrito com cores de rosas,
A letra perfumada de uma pétala aflita,
Um jardim cheio de palavras preciosas;

Não lêem o silêncio no livro que grita,
Nem o segredo das páginas silenciosas,
    Murmúrio das palavras jamais escritas!...

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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Perfume do Suor

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O costume,
Transparente e macia,
A pele suave que se assume,
Branca de luar, branca à luz do dia,
A tranquilidade da noite que a possuía,
Sensível e sossegada, sem um queixume,
A assunção do ócio e o frasco da doce poesia,
  Longe dos corpos suados, coberta de perfume!..

Recolhia-o das axilas e o que escorria da testa,
Conhecia o sabor salgado do fruto, de cor,
Talvez fosse perfume que não presta,
Desagradável fragrância modesta,
Do trabalho, fruto do melhor,
Dizem ser cheiro do pior,
Substância honesta,
    Salgado suor!...

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