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Sou este meu livro que nunca escrevi,
Aos olhos ínvios de quem nunca me lê,
Sou cada página que à página fala de si,
Não há uma só
folha que saiba porquê!...
Desfolha-me quem não me vai lendo,
Passa pelo livro que sou e não me vê,
Já cheias do que não vou escrevendo,
Ficam as nuas
páginas à minha mercê!...
Há perfume escrito com cores de rosas,
A letra perfumada de uma pétala aflita,
Um jardim cheio de palavras preciosas;
Não lêem o silêncio no livro que grita,
Nem o segredo das páginas silenciosas,
Murmúrio das
palavras jamais escritas!...
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