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A luz fria do lume que vaga,
Luz de vaga-lume que no dia se apaga,
É lume no olho na procura tímida do lume,
Castigo da natureza que não compreende
nem afaga,
O namoro da sombra escondida que na noite
se assume,
Chorando lágrimas de luz que sulcam o mudo negrume!...
Lavando a alma na mente pela qual mentem
as mentes,
Abrem-se submissas as nalgas de homo aos
iguais sorridentes,
Errando nos corpos ooscopias ínvias de
lúbricas penetrações,
Lírica desordem do vómito e confuso
prazer nas evacuações,
Rasgam tecidos das pregas dos assumidos
arincus diferentes,
Propondo obstipados castigos a pagar de
invertidas sensações,
Apontada culpa da natureza não julgada
por erradas vibrações,
Prazer marginal dos corpos pelo desejo à natureza obedientes!...
Pirilampos escondidos na luz
preconceituosa do dia,
Movem-se sob pálpebras pesadas que cobrem
o olhar,
Natureza da prisão hermética dos olhos
proibidos de amar,
Libertando na noite fechada, desejos de
desafetada analogia,
Para encontros na natureza pirilâmpica
com direito à harmonia,
Onde brilham luzes-cus raiados entre a
concupiscência do luar,
Voando em rastos de luz da liberdade que
lhes oferece o voar,
Penetrando o mistério das nuvens até ao céu azul da maioria!...
Embriaga-se o corpo na revolta das noites
bebidas,
Hão de vingar-se da cega luz dos dias
arrogantes,
Iluminando com a luz de suas certezas
vacilantes,
Até adormecerem no leito das horas
perdidas,
Para acordarem novas mentes renascidas,
E não mais serão como dantes!...
Na natureza, nem tudo é o nosso ouro ou
vossa prata,
Nem toda a luz corresponde aos nossos
desejos brilhantes,
Mas, se o amor é sol nascido até para
cinzentos semblantes,
Já a lógica das diferentes cores em julgamento, é uma batata!...
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