.
.
.
Nos olhos verdes da nossa cegueira,
A prometida flor da fartura vai
florescendo,
Aromas de frutos verdes sentam-se à nossa
beira,
Prometem sorrisos de esperança numa só
promessa,
A olência das promessas amanhecidas vai anoitecendo,
Floresce a sombra breve da desconfiança
que acena, ligeira,
Na noite, põem-se os olhos adormecidos
que vão amanhecendo,
A razão das flores deitou-se e, com a
noite escura, foi adormecendo,
Calafrios de luz atravessam a escuridão
que olhos julgavam passageira,
Da luz do sonho, ao frio e à sombra
interminável do desassossego da lareira,
Vai o calor prometido e promessa de toda a luz que se deita e vai esmorecendo!...
Vai o calor prometido e promessa de toda a luz que se deita e vai esmorecendo!...
Luz e calor na esperança de uma só promessa,
A luz forte que a descrença mais forte atravessa,
E o sombrio negrume intenso das promessas desfeitas,
Ao acordar da flor dos sonhos, florida nas promessas feitas,
E todas as flores caem do inverno sem fruto que regressa,
Cobertas pelo pez mais escuro das mais cegas suspeitas,
E, às cegas, voltar a acreditar na Primavera professa,
Do olhar das cegueiras em cegueiras refeitas,
Que o olhar cego, ao Sol e à lua confessa!...
Que o olhar cego, ao Sol e à lua confessa!...
.
.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário