sexta-feira, 21 de março de 2014

Dia da Poesia?!...


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Porque hoje…
 Querem fazer dos Poemas infinitos,
Um solitário e tão finito quanto único dia,
Boicoto esse convencional delito dos delitos,
Continuando a procurar-me no infinito da Poesia;
Procuro-me na liberdade dos dias e na livre alegria,
Abraço a tristeza que sobrou dos poemas aflitos,
Abro os braços e solto o grito dos gritos,
  Libertando-me dessa hipocrisia!...

A poesia é todo o tempo,
É o princípio dos fins sem fim,
A fonte do livre fundamento,
De onde corre o movimento,
    Que te liberta de mim!...
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2 comentários:

  1. Muito bem representado pelo ‘Infinito’, um símbolo que agrega significados à Astronomia, Física, Matemática, Filosofia e Religião, o Poema “Dia da Poesia?!...”, não como protesto, ou boicote, é publicado no dia em que se comemora o ‘Dia Mundial da Poesia’.

    A imagem por si só, se faz Poema, liberta as arestas, ou os contornos, as cores, e, iluminada e cintilante, atinge o saber: a imaginação.

    Leio e releio o verso que me lê, e me semeia, e juntos, somos eu e ele, parte da criação: “Procuro-me na liberdade dos dias e na livre alegria,”. O movimento é expressivo à medida que provoca a reflexão, e me pergunto onde foi que eu me perdi.

    É quase impossível distinguir poesia de poesia, estão irmanadas. Consoantes minúsculas de outras minúsculas. Olhei para uma e para outra. E outra vez. A ideia, que já estava latente há muito tempo (desde o tempo de KrystalDiVerso), desperta a minha imaginação. Tentei experimentar uma e outra. Talvez em algum momento decisivo tivéssemos discutido violentamente, e depois disso, rompido para sempre as regras da boa convivência.

    Mas o Poema, e esse sim, destacado por uma inicial maiúscula, continuava ali, perturbando a minha paz, me incomodando, questionando o que poderia acrescentar à temática, e, mantendo a ideia inicial, conseguir passar o mesmo significado de perpetuação. Afinal, por que não acrescentar à lista de físicos, matemáticos, filósofos e teólogos, também os Poetas? Esses que nos fazem sair de um mundo e atravessar os sonhos para viver a mesma realidade existente nele!

    E não é isso que da Poesia d’Alma faz?! Claro que sim. A Poesia de A. Pina estabelece um diálogo permeável entre o absurdo da Vida e o outro absurdo: a sensação dos versos e das rimas, da melodia e do ritmo. E desses absurdos, móveis, a perpetuação. E mesmo que se assemelhe a uma comparação orgulhosa, na verdade ela é humilde, porque sua essência poética é a Liberdade de toda a Arte: a sinceridade de sua humildade. Uma sinceridade que se destaca por sua forma de escrever, onde o material de sua eleição é a Realidade, sórdida ou sublime, mas a Realidade [“A fonte do livre fundamento,”]. Sua função é gerir com expressão harmoniosa tudo que é passível de sentimento, até a crítica a uma data eleita mundialmente como o dia da Poesia. Arte!

    Eu não se onde foi que me perdi, e talvez esteja para sempre condenada a não descobrir, mas sei que aqui qualquer dia é dia de Poesia. E meio sem graça me dou conta de que não preciso mais do que isso para me sentir Viva.


    Bom fim de semana.

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    1. E a Poesia d'Alma, por mais contundente que seja, não impede a liberdade do movimento. Por ser alicerce, é fonte de sustentação. Não almeja a glória, mas a reflexão. E, recebida no silêncio da escuta, é um método revolucionário.


      Feliz Julho... d'Alma.

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