domingo, 7 de abril de 2013

Saber a mar!...


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Aprendera a falar ao mar bravio,
Com as águas sossegadas do rio,
Confessa ao sal não saber a mar,
E ao sol o sabor de seu desvario,
Do sentir a felicidade a desaguar,
Nos olhos onde sabia encontrar,
     Um mar de amor sempre tardio!...

Há o saber a mar,
Dos rios enamorados,
Ansiosos por serem saboreados,
Pelas línguas salgadas do sabor amar,
Amor de doces lágrimas dadas a saborear,
Namoram por diferentes sabores separados,
   Até ao beijo tardio onde se vão encontrar!...

Ao entardecer, nos tardios lábios da foz,
Unem todos os desejos em segredo,
Num único sabor de estarem sós,
Prometem-se a uma só voz,
     E beijam-se sem medo!...
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2 comentários:

  1. Não é uma lição, mas a atração principal que tem no verbo saber, que seria o mesmo que conhecimento, ganha a proporção de lição, porque a arte está sempre ensinando alguma coisa, abrindo os olhos, iluminando e estreitando as margens, aproximando, encurtando distâncias, ou então, num processo inverso, há casos que, até separando o que tem de ser separado. Mas até nessa hora, o quê prevalece de “Saber a mar!...”, é a liberdade de se entregar a uma experiência.

    Acho que por isso tenho tanta dificuldade em interpretar o poema, ou de encontrar as palavras ideais que sirvam de espelho ao que ele representa para mim, onde retiro de cada verso, uma lição.

    É preciso amar. Com tempero. Ou com sal e açúcar. Com sombra e luz. E com muita água metamorfoseada em rio, foz, ou mar. Também em lágrimas, águas não tão transparentes, ou carregadas de solidão e melancolia, porque a vida não é só líquida, é sólida também. E é disso que o poema é feito, de vida que é a própria Arte, para desembocar numa entrega plena de frescura e espontaneidade, numa sensação de renascer a cada entardecer, ou a todo entardecer, qual água em manancial. Ou no momento em que a liberdade é o encontro. E a própria entrega.


    Boa semana.

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    1. Sobre Saber e Sabor...

      Esvaziada de qualquer imagem, e porque vazia, o espelho é sábio. Pelo que está prestes a ser revelado, não como acúmulo de conhecimento adquirido. É antes um poema que encena e acena, liricamente, o encontro com a aprendizagem, abrindo um espaço onde se pode aprender com o próprio saber, até porque, para saborear exige conhecimento.


      *Acho que por isso tenho tanta dificuldade em interpretar o poema, ou de encontrar as palavras ideais que sirvam de espelho ao que ele representa para mim, onde retiro de cada verso, uma lição.

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