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...e lá seguiu,
Diz quem o viu,
Seguindo o infinito sereno,
Levando consigo o doce veneno,
Que entre as flores conseguiu!...
Diz quem a viu,
Que a meiga flor ali ficou,
À espera do amor que floriu,
No encontro que nunca existiu,
Com o beijo que a envenenou!...
...e lá seguiram,
Sem ninguém os ver,
De mãos dadas com o anoitecer,
Cada um com o adeus que vestiram,
Levando a promessa de não esquecer,
O sorriso que florescia ao amanhecer,
O sorriso que florescia ao amanhecer,
Pelo desejo que por ambos despiram!...
...e diz quem os viu,
Que nunca eles se viram!...
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Começo lembrando um verso de um poema d’Alma: “Desejasses tu uma rima de Amor!... / Desejasses tu um Desejo!... / Desejasses tu esquecer tua Dor!...”. E são tantos os desejos... possíveis, impossíveis, permitidos e proibidos. E há também aqueles, os confessáveis e os inconfessáveis.
ResponderEliminarAssim, ouso a experimentar a poesia no percurso da imaginação, ou de “Quem viu...”, conforme o título do poema, numa trajetória que lembra desejo e afeto, e caminha em direção oposta à cumplicidade que foi conquistada, ainda que na promessa de não ser esquecida.
E como no poema, impulsionada por caminhos distintos, abandono minha leitura e contrario tanto “o doce veneno” quanto “a meiga flor”. Pelo contágio à poesia que agrada alterar o curso de todo o caminho, seja para romper com os hábitos, ou evitar repetições, comover ou mover, e exigindo a reflexão, resgata-me do inferno, ou leva-me a ele, de volta ou de ida, sem desencontro, mas à perfeição de um encontro que provoca em mim o encantamento aos dias tão desiguais em todas as suas igualdades, e me favorece, sempre, a renovação de um sorriso.
Na poesia que é do coração. Nunca dos olhos à visão. Seja ela real, ou fruto de uma imaginação.
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Um caminhar lado a lado....numa despedida, num adeus de quem nunca se encontrou...
ResponderEliminarSinto tua falta...
BShell