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A Primavera não chega aos corações arrefecidos,
Velados na apatia dos Invernos que os enregelou,
Nem o Verão mais quente os mantém aquecidos,
Por renunciado Sol de sombrios raios entristecidos,
Foi-se o calor com as folhas que o Outono levou!...
Um lívido coração,
Levita a um olhar do chão,
À espera que a árvore adormeça,
Uma folha adormece no calor do Verão,
E antes que a triste despedida aconteça,
Já não renasce o despertar para a ilusão,
De ser verde folha que se entristeça,
No saber de não haver sido em vão,
Antes que por sua árvore feneça,
Precoce adeus sem previsão,
Que por si se despeça!...
Na Primavera que se vai aproximando do Outono,
Culturas diferentes semeiam promissoras igualdades,
Das diferentes cores vivas germinam verdes Amizades,
Deixadas à solta entre as indomáveis horas sem dono,
Atrasando o adiantamento da desencontrada verdade,
E logo adormece para acordar no regresso do sono!...
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Na transição de uma época propícia tanto à vigília quanto ao sono, a temática que coaduna a natureza humana à natureza poética, por mais inerência que contenha, e mais importante que uma linguagem dentro de uma paisagem, por seus versos, rimas e estrofes, a disciplina poética é também intelectual, e por não pretender servir de exemplo, acaba sendo o melhor exemplo.
ResponderEliminarEnquanto d’Alma depura seus versos, a poesia inunda minha vida. Já houve momentos, durante a leitura de um poema, ou à sua conclusão, que tive vontade de afirmar que o que predomina sobre os poemas d’Alma é a razão camuflada de sensibilidade. E já ri de mim mesma a imaginar-me sendo contrariada pela receptividade, negativa, de minha atitude, e já quase em lágrimas, tentar explicar o que levou-me àquela leitura. Ou sentimento. Ou poesia.
Estações diferentes não divergem das “Horas Diferentes”, ao contrário, as duas juntas, horas e estações, assinalam o futuro entre o passado e o presente, quase ausentes. E o poema brinca, como de aliado, à previsão de um tempo que resiste, apesar de todas as divergências. É verbo. Não pessoal, mas talvez intransferível. Conteúdos de memória, sonho e sono, sem apelar à imaginação, revelam-se na paisagem que aos poucos se transforma, e ganha novos matizes, inclusive de sentires, e o que antes prometia ser renascimento, ou renovação, apresenta-se como um mesmo tempo. Se pelas estações do ano que de tão diferentes em algum momento encontram-se e tocam-se, ou se pelas horas, que ainda que distantes entre si, em algum momento do dia, ou do poema, juntas, reúnem a beleza de uma poesia que só existe porque o desencontro se fez presente.
Enquanto o relógio e as estações do ano segregam, o poema congrega. Mas só a poesia tem o poder de assemelhar desigualdades em suas diversas diferenças, metamorfosear verdades em versos e dormir sonhos para acordar melhores realidades.
E cada vez mais a poesia d’Alma é para mim aquilo que aqui mesmo aprendi: conhecimento que precede todos os conhecimentos e escolha que antecipa o entendimento em detrimento da razão. ARTE. Ainda que não tão camuflada. Mas razão.
Cumprimentos.
Primavera para uns e suplício para outros...
ResponderEliminarTal como tudo na vida...não fosse Ela isso mesmo....Vida, para ser vivida...quer com muitas ou poucas Primaveras, que, num instante e após o acordar do sono...nos vão levar a mais um Outono...
Bjs
Carli