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Deixou-se poisar onde o chão se acaba,
Entre serenos beijos onde o Céu começa,
Hesitante é o corpo fremente que tropeça,
Nos purgatórios que a desejam libertada,
Entre um pouco do fogo que se propaga,
Pelo sangue de uma abrasadora promessa,
Inferno desejado que por ela não se apaga,
Antes que a perda do seu desejo a impeça!...
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A linha imaginária que divide a criação poética não é da crítica ao chão ou ao céu , nem a demanda de “Entre...” é isenta de um propósito. Se a vida não se manifesta, a poesia d’Alma, expressa através de sua simbologia, existe para cobrar por tal negligência, levando-nos por um caminho que nem sempre é aquele que gostaríamos de percorrer, é verdade, mas favorável à reflexão de uma realização mais plena de nós mesmos.
ResponderEliminarNão é fácil envelhecer. Pior, quando não podemos manifestar livremente nossa sexualidade; reprimida ora pelo negativismo cultural no que diz respeito à sexualidade na terceira idade, ora pelo próprio reflexo de rejeição; quando sabemos que, na velhice, os aspectos físicos são tão importantes quanto os aspectos sociais e culturais.
Transcendendo a dinâmica pessoal e atingindo a vivência coletiva, por transferência ou identificação, a poesia rompe com o tabu da terceira idade. Impulso ou desejo, quando bem elaborados, buscam uma linha, mesmo que imaginária, entre dois ou mais ambientes distintos.
E a admiração e o respeito, ainda que não tão evidentes, ou explícitos, sobressaem no comportamento poético que excede à fisiologia de um corpo feminino.
É essa a poesia que d’Alma me permite a experimentar. E de toda a forma, a adsorver.
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