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Emprestava à educada adulação que dava,
Toda a beleza celestial que dos anjos adultos não tinha,
Redigia aroma a alfazema por cada palavra que perfumava,
Oferecendo vigor ao deleite das flores em Primavera de rainha,
Que levitava em volta do nascer dos sóis que seu reino mantinha,
E deixava despedidas ternas ao fiel súbdito que por elas se cultivava,
Rodeando-se do servil infinito que às doces palavras adulações dedicava,
Por cada sol posto que deixava em misteriosos perfumes de uma adivinha,
Guardada na cor de frasquinhos invisíveis das essências que não adivinhava,
Fechando todas as palavras num livro onde sua palavra não estava sozinha!...
Oferecia às palavras uma outra versão da verdade que lhe ia na Alma,
Escrevendo lisonjas amorosas no branco dos olhos escancarados ao Sol,
Com que aquecia o engodo iluminado da estimas douradas do dócil anzol,
Na certeza de pescar os amores que nadavam nas repescagens da calma,
Confiantes nos senhores de si e das senhoras erguidas da luz de um farol,
Para ambos flutuarem na rede das correntes brilhantes vivas em seu prol!...
Enfiadas na dupla transparência das linhas escondidas,
As mais lindas pérolas que no cerne das palavras se formaram,
Mostravam todo o Amor dedicado ao infinito das conchas perdidas,
Sempre abertas de amores às contas de vidro e outras pérolas prometidas,
Anunciadas pelo carinho ilustrado dos colares que aos mimos recebidos colaram,
Espalhando graças reluzentes na sombra grata do desassossego que as alteraram,
Com o sossego das passadas promessas ensombradas por pérolas esquecidas,
Apagadas da memória na folha que em suas páginas separadas voaram,
Poisando entre as costas voltadas do segredo ao abrigo das intrigas,
Onde dormiam sossegadas no espelho das entre costas amigas,
Reflectindo adulações educadas das palavras que amaram!...
Às vezes pressente-se uma agitação consentida próxima do naufrágio,
E os porcos inocentes que se debatem entre a culpa das conchas antigas,
Emergem lustrosos em quadros das tão lustrosas pérolas coladas ao adágio,
Ofertas doces em elásticas lâminas de facas escondidas na doçura das ligas!...
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«despedidas ternas ao fiel súbdito que por elas se cultivava»
ResponderEliminarGESTA
em cada palavra
das que aceitam cair
sob gravidade
na escrita deste
planeta Terra
: um gesto as tenha!
Assim
O que promove a teoria de “Dar Pérolas...” é a sua prática. Na presunção que não é enredo. Nem na linguagem que é tema, mas personagem principal. Assim como o caráter e a sinceridade. Na humildade, que embora não seja o foco da temática, faz parte da personalidade. Não é de todo o desperdício do conhecimento. O contraste é necessário. Não as contradições.
ResponderEliminarMinha experiência como leitora me diz que não existe um modelo de leitura à poesia d’Alma, mas várias práticas de leitura que se renovam de tempos em tempos. Só não sei se essa experiência é minha ou do wallpaper, por todos os seus significados que permanecem intactos apesar do tempo. Passado ou futuro.
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E teria acrescentado que, ao contrário da imagem que fazemos das personagens principais como tema do wallpaper, aqui, eles ganham uma conotação completamente diferenciada.
ResponderEliminarTambém a poesia e proposta poética.
Afinal, quem é que se preocuparia em manter tão limpa, e ainda enfeitada, uma aparente, e simples, imagem de porcos?
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GESTO
ResponderEliminarmesmo mamando
pela tua fonte
bem fundo
dele eu o traga
inspiração
as palavras gesto
Mim