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Rodeou-se o imaculado gestor de S. Bento,
De excelsos sábios e protectores génios divinos,
Hábeis decifradores de todos os enigmas dos destinos,
Que haviam enfrentado tempestades liderados pelo vento,
Lendas contam que cegaram o mais ambíguo olho agoirento,
E expurgaram o veneno do mau olhado entrelaçado nos hinos,
Canto das bandeiras envenenadas pelo mais ardiloso intento,
Mas não há Povo que resista aos guardiões de gambozinos!...
É por demais evidente a imagem da realidade,
São gambozinos que o inquilino do palácio não vê,
Cresce a fome que alimenta fantasmas da tempestade,
Nas costas reais de um génio já careca de tanta vaidade,
E as pedras de S. Bento não querem perceber porquê!!...
É estranho o analfabetismo do sábio que não lê,
As bizarrices geniais dos analfabetos mais finos,
Carecas que deixam o cheque do Povo à mercê,
Da negação existencial de milagrosos gambozinos!...
Lá para os lados de Belém,
Outro investidor rodeou-se também,
De outros investidos génios e sábios iguais,
Venerados economistas de públicas falências reais,
Protegidos pela careca Justiça deste Povo refém,
Dos invisíveis Gambozinos e outros que tais!...
Lá para os lados de Belém,
Outro investidor rodeou-se também,
De outros investidos génios e sábios iguais,
Venerados economistas de públicas falências reais,
Protegidos pela careca Justiça deste Povo refém,
Dos invisíveis Gambozinos e outros que tais!...
A realidade perdeu o tino da imagem,
Só os promovidos gambozinos são imagem real,
Acreditar na genialidade destes sábios é ser o aval,
De todos os cheques carecas deste pelado Portugal!...
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“Gambozinos” representa a realidade sócio-política de modo organizado, demonstrando a preocupação de um homem com a política e com a ética e não se desvinculando de seu tempo, e da humanidade, conta a história combinando elementos estéticos à realidade da qual faz parte.
ResponderEliminarAs contradições sociais, políticas e econômicas crescem dolorosamente no mundo, tanto no Brasil como em Portugal, habitadas por homens, mulheres, jovens, idosos, poetas ou não. A humanidade tenta resistir às tragédias, à corrupção e à miséria. Os meios de comunicação informam e grandes notícias ganham destaque às primeiras páginas dos jornais. A sociedade se indigna. Mas é a poesia, elevando o conhecimento sobre o sensível, sobre aquilo que nos toca à medida que assegura nossa existência, representando na ficção [poema] a sociedade e sua organização e constituindo relação de ordem objetiva, que nos move à reflexão para a responsabilidade social.
Mais que uma alternativa à promoção de mudanças comportamentais e da instauração de novas práticas sociais, uma saída. Acreditar nas imagens que não só nos são reais, mas também nos sejam poéticas. Na poesia que coaduna ética com a estética, de forma que essas imagens ganhem formas de realidade concreta e nos impulsionem a seguir em frente. Sem nenhum vínculo com a fantasia, apenas por seguir, acreditando que é possível. Confirmando a teoria que não ter acontecido, não quer dizer não existiu, da mesma forma que não visualizar não quer dizer que não vive.
A poesia existe. d’Alma também. E seu fazer poético é fascinante.
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