quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Hipocrisia.(I)

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Dos anos de hipocrisia,
Abeirava-se a luz de antigamente,
Debilmente!...
Tímida luz que há muito não se via,
Ofuscada por electrões em demasia,
Intermitente!...
A fé iluminada por pagã ironia,
Abria-se a mais um Natal de presente,
Escarnecido ironicamente,
Pelo verde do pinheiro que caía...
Da solitude iluminava-se a poesia,
Hipocritamente!...
Uma estrela cadente,
Atravessou uma lágrima que caía,
Luzente!...
Daqueles olhos era Luz que escorria,
Cheios de toda a fé ausente...
Hipocrisia!...
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2 comentários:

  1. É Natal e o poema “Hipocrisia.(I)” descreve a experiência iluminativa matizando de P&B as tonalidades poéticas.

    Nem um paradoxo, nem uma antítese. Nenhum contrário. Talvez uma tese, e sem vermelho, sem verde e sem brilho, minha leitura me proporciona experimentar uma sensação de angústia.

    Só até separar os versos [“Debilmente!...” / “Intermitente!...” / “Hipocritamente!...” / “Luzente!...”] e me lembrar de que é “I”. Afinal, o Natal é a celebração do nascimento de Jesus Cristo, de Deus que é Pai de amor e fez-se Filho, aqui ou em qualquer outro lugar do mundo, ou em qualquer lado do oceano, e ter a sensibilidade aflorada pela poesia que é da luz e da chama, na representatividade do campo do ideal que se configura através das infinitas possibilidades poéticas para alcançar o realismo, seja ele confortável ou não.

    Na festa, mais comercial que religiosa, é da hipocrisia a temática, no abandono de uma tradição que deveria ter na pessoa fascinante de Jesus Cristo o salvador da humanidade. Um lamento.

    Como leitora faço minha opção e não desperdiço a lição. O que a princípio parecia dor, agora, mediante minha compreensão, é conforto. Admito minha fragilidade e sou tocada mais uma vez pela poesia d'Alma.

    Seus poemas, A., são surpreendentes.


    ¬

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