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Passou pela unha um olhar cortante,
Insinuou-se ao sabugo com olhar frio,
Deu-lhe a lamber a lâmina deslizante,
E possuiu-o num meigo corte adiante,
E possuiu-o num meigo corte adiante,
Provocando um rente e gélido arrepio,
Na pele de um inciso lábio arrepiante!...
Ui!!!!
ResponderEliminarAs melhoras!
Que sare depressa.
Bjs dos Alpes
Arrepiou-me.
ResponderEliminarBelo
Ao contrário da lâmina que dilacera a carne e expõe a ferida que causa “Arrepio...”, a poesia tem a sensibilidade de congregar suas bordas e proporcionar o alívio da dor.
ResponderEliminarDelicadamente compassivo, apesar de o sentimento ser de compaixão, a envolvência não é sentimentalista. Nem dramática. Um acidente doméstico, um corte e a linguagem poética é inscrita na carne. Acompanho a trajetória da lâmina e experimento aquela dor como se fosse minha, sem sossego e sem qualquer constrangimento com a verdade, ou com a ilusão dos fatos. Se imaginação, ou não. E não seria essa a intenção? Ou, não seria a intenção da poesia d’Alma em lembrar que não se apreende a verdade sem inscrevê-la em nossa própria carne?
Do corte, indevidamente cicatrizado, resta a necrose. Nada tão grave. E saio em silêncio. Com a lição e com a dor.
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