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Talvez quisesse esquecer o primeiro livro
e o prodígio das primeiras letras em sucessão soletradas!... Todas as árvores
maiores chegavam ao céu azul, tão perto dos olhos, esses seus bolbos enxertados
a meia dúzia de palmos, acima das primeiras palavras. Nunca se moldara à
fantasia de um bolbo mágico a florir por cada leitura, mas era espantoso
restituir-se como uma tendência irresistível. Devolvia-se ao esquecimento do
nascer e não se lembrava da florescência, apagada pelo género singular do que
lia… dos outros, que a escreviam sem a descreverem nos livros únicos sem
conta!... Aceitava-se adnascente em perpétuo parto entre o futuro das pétalas
imaginadas e o ângulo resguardado sob a folha. Quase se amava ao vislumbrar o
gosto aparente desse pré-ponto de vista, quase vegetal, espreitando da folha e
da folha da esperança em…
Escrevê-la,
Ao vê-la,
Resguardos escritos,
E descritos… na fantasia de sê-la,
Ser a folha e as palavras reivindicadas;
Depois os gritos,
A voz periférica dos tempos aflitos,
Da aflição do verso,
E do reverso,
Do verso e reverso das folhas rasgadas,
Da maldição dos veios benditos,
Ou o benfazejo dos verbos malditos…
E o crescer do universo...
O voo insaciável da ave de penas escanadas!...
A infância do mito e o mito das infâncias
vigiadas pelas letras, pelos vocábulos atentos e a imposição do exercício.
Depois veio a anestesia do gosto e do amor e mais amor, indiferente ao tempo,
como se não existisse, nem o tempo nem a consciência da razão. Apenas o pensamento
aprisionado na sensação oferecida pela misteriosa existência dos outros e de
alguém sempre presente, fora e dentro de si, excluída do princípio e do fim do
tempo e sua sensação de ausência infligida…
…A eternidade,
E outra vez a vez infantil esquecida,
A identidade…
A perda da vontade,
E a vontade cada vez mais forte de ler-se
perdida,
Reencontro com a nova página onde lia
promessa de outra página prometida,
E em cada próxima página, a revelação da verdade,
O adiamento,
Sem atraso,
O adiantamento,
A eternidade por acaso…
Toda a cultura adquirida,
O nascer do ocaso,
E da vaidade…
A realidade do bolbo ou do eterno rebento
protegido pelo sentido lato das axilas pintadas na árvore milenar, já não tão
próxima do céu menos azul. E das partículas de pó, essas letras sacudidas da poeira das palavras que não eram suas, quase à altura da fé enfraquecida no contínuo bolbo
cheio de esperança, mas nem tanto...
Sem o espanto,
Nem a conquista do saber,
Incapaz de libertar-se do aprender,
Se alguma vez soubesse do encanto,
Que seria parar de ler,
E ler-se,
Escrever-se,
Partindo do desencanto,
Até ao tempo todo, sem eternidade, da eterna procura do significado do seu ser, do seu pensamento livre, livre da influência das palavras dos outros, do pensamento dos outros e da exclusiva existência dos donos das tendências!...
E o Bolbo seria a sua história da própria árvore!...
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