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Não foi tua sede que mataste,
Bebeste toda a minha sede por ti,
Por ti ficou esta sede que deixaste;
És gota única de minha sede sequiosa,
Talvez lágrima que em teus olhos eu li,
És nascente farta e fonte luminosa,
És poema feito de água preciosa,
Último verso que eu não bebi!...
Um piscar no teu piscar,
Lê-me com o desejo que te leio,
Lemos a gota sedenta em nosso olhar,
Copiamos o brilho malicioso na gota
imerso,
E expandimo-lo para todo o universo,
Numa gota ímpar sem se esgotar;
Abres teu peito livre e revelas teu seio,
Universal, o próprio universo… e cheio,
Teu outro seio convida-me a beijar!...
Na última gota que ainda não bebi,
Está tua sede insaciada por me saciar,
Versos salgados,
Que
no teu corpo escrevi!...
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