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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Dia-sim, Dia-não das Virgens

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São beijos de puta, pecados virgens
Comprados pelo perdão da caridade,
Perdoar o pecado é virtude de origens,
Entregam-se ao abismo por necessidade,
Equilibram-se no prazer sem vontade,
São violadas por infiéis vertigens!...

Olham desoladas,
As pobres prostitutas originais,
Para as ricas senhoras de sucessos virais,
Acompanhantes, por infiéis acompanhadas,
São virgens para quem lhes pagar mais,
Umas prostituem-se amarguradas,
Outras são sérias putas casadas,
    No reino das prostitutas reais!...

Pobre prostituta, pobre,
Já nasceste sem virgindade,
Não tiveste a sorte de ser nobre,
Compram parte de ti pela metade,
Vendes aos infelizes tua infelicidade,
São felizes com a triste sorte que te cobre,
Pedes a Deus que tua coragem recobre,
     Te cubra com uma réstia de dignidade!...

Não és virgem imaculada,
Não sabes que há virgens, pois não?...
Não és virgem todos os dias de tua vida desgraçada,
Ricas, as senhoras são virgens, dia sim, dia não,
São putas de tudo e de ti não resta nada,
     Nem a origem do amor no teu coração!...

Olha quem te viu,
Olha quem te Vê,
Não foi uma virgem que te pariu,
As filhas do dia-sim, são mães de quem as cobriu,
 As mães do dia-não, morreram de desgosto e ninguém sabe porquê!...
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sábado, 4 de outubro de 2014

Pretérito Imperfeito da Necessidade


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Houvera o relógio de necessitar da hora,
Quisera a hora o minuto para mais utilidade,
Pelo minuto, o segundo não fora contrariedade,
A paz de dentro não passara sem a imagem de fora,
E não fora a tentação de levar aos humildes a vaidade,
Tão cedo, o reflexo não existira em espelhos de outrora,
Nem o ontem, dia o fora, não fosse lembrado pelo agora;
O desamor sem princípio, decidira-se pela finalidade,
Atrasara-se em sua forma necessária da demora,
      Matara o tempo a criar a demais necessidade!...

Todo o fogo do inferno, o Sol cobiçara,
Com todo o gelo do mundo, o iceberg sonhara,
Com todo o amor da paixão, com toda a paixão, amara,
Todo o ódio, com todo o ódio do ódio, o ódio odiara,
Com todas as lágrimas, todas as lágrimas chorara…
    Mas nada lhe bastara!...
Nada pudera ser igualdade,
Por tudo, a tudo, nada se igualara,
Tão infinita fora a insaciável necessidade,
     Da necessidade insaciável que necessitara!...

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  No presente, pelo que a desnecessidade indica,
 Já muito despida de preconceitos, a verdade nua,
Indiferente à necessidade que se perpetua,
Apodrece nessa necessidade que fica,
    Pela necessidade que continua!...
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