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Houvera o relógio de necessitar da hora,
Quisera a hora o minuto para mais
utilidade,
Pelo minuto, o segundo não fora
contrariedade,
A paz de dentro não passara sem a imagem
de fora,
E não fora a tentação de levar aos
humildes a vaidade,
Tão cedo, o reflexo não existira em
espelhos de outrora,
Nem o ontem, dia o fora, não fosse
lembrado pelo agora;
O desamor sem princípio, decidira-se pela
finalidade,
Atrasara-se em sua forma necessária da
demora,
Matara
o tempo a criar a demais necessidade!...
Todo o fogo do inferno, o Sol cobiçara,
Com todo o gelo do mundo, o iceberg
sonhara,
Com todo o amor da paixão, com toda a
paixão, amara,
Todo o ódio, com todo o ódio do ódio, o
ódio odiara,
Com todas as lágrimas, todas as lágrimas
chorara…
Mas nada lhe bastara!...
Nada pudera ser igualdade,
Por tudo, a tudo, nada se igualara,
Tão infinita fora a insaciável
necessidade,
Da necessidade insaciável que necessitara!...
No
presente, pelo que a desnecessidade indica,
Já
muito despida de preconceitos, a verdade nua,
Indiferente à necessidade que se perpetua,
Apodrece nessa necessidade que fica,
Pela necessidade que continua!...
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