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Tantas almas perdidas,
Á espera das despedidas,
Á espera das despedidas,
Tantos, os lenços sem dono,
Tantas, as almas ressentidas,
Á espera do seu fiel patrono,
Tantas, as almas ao abandono,
Tantas, as primaveras fingidas,
Á espera de um triste Outono,
Tantas são as árvores despidas,
Por seus deuses em seu trono,
Tanta fé à espera das partidas!...
Tanto santo lenhoso,
Tanta santa de porcelana,
Á espera do machado piedoso,
Á espera da beata pedrada insana,
Tão lenhosa é a pobre alma humana,
Tão insignificante é o lenho milagroso,
Á espera da religiosa alma profana,
Tão profano é pecado religioso,
Que por Deus se engana!...
Tão pouca fé no semelhante,
Tão pouca fé na fé viva da Vida,
Tanta é a fé no caruncho cintilante,
Tão pouca é a fé na fé d’Ele renascida,
Tanta é a fé na vaidade degradante,
Tão pouca, a fé em desgraça caída!...
Tão perto está o pessimismo,
Tão longe está o pessimista,
Tão perto está o abismo,
Tão longe o humanista,
Tão em nós, o egoísmo!...
Tão ocos de alma,
Tão ocos de alma,
Tão vazios da verdade,
Tão insaciáveis de vaidade,
Que
nem Deus os acalma,
Em sua infinita bondade!...
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