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O tempo amaciado de quietude,
Adormece calmo o medo da idade,
Aos velhos berços de perpétua saudade,
São eternamente sonegados anos amiúde,
E antes que a inevitabilidade perdurável mude,
Há vedores que descobrem a eterna felicidade,
Com perenes varinhas de sua mocidade,
Afogadas na fonte da juventude!...
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ESCRITOS
ResponderEliminarteus versos: escritos
abertos retalhos talhados
em branco papel branco
com um significado preciso
precioso: por hipótese
também assim meus versos
Assim
Abç
F
Na tranquilidade da unicidade emocional [“O tempo amaciado de quietude,”] o poema “Eterna” desmitifica a ideia de finitude e da angústia próprios ao envelhecimento e nos mostra como é possível envelhecer sem sofrimento.
ResponderEliminarA dinâmica temporal não é marcada pela esperança, mas pela conformação da velhice [“Adormece calmo o medo da idade,”] através da manutenção das experiências adquiridas, aprendendo a conviver de maneira pacífica e ressignificando os danos que o novo ciclo de vida necessariamente impõe. A saudade representa ausência [“Aos velhos berços de perpétua saudade, / São eternamente sonegados anos amiúde,”] e as lembranças não passam de consolo. A lição é poética, mas é também de vida, é na iminência da morte que a vida pulsa [“E antes que a inevitabilidade perdurável mude,”].
A água representa a purificação, regeneração e sabedoria [“Há vedores que descobrem a eterna felicidade, / Com perenes varinhas de sua mocidade,”]. A poesia não convida, intima: O segredo de envelhecer está em conservar a ‘eterna’ juventude [“Afogadas na fonte da juventude!...”].
Há poemas que nos abraçam. Não estamos condenados ao exílio.
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....a carne suspensa [agora] no tempo, alisando contornos lancinantes da varinha-mágica...
ResponderEliminarO beijo
e
Bom Domingo