sábado, 5 de maio de 2018

Distorção

.
.
.

 
O olhar deformado pela distorção,
Olhar combalido,
A desproporção,
O grotesco em neurónios infligido,
O olhar belo pelo grotesco ungido,
Beleza sujeita a bizarra regulação,
A disfunção,
Sem sentido,
A veneração,
Pelo distorcido,
Aberração!...

A natureza suave,
A harmonia da natureza,
O sibilar harmonioso da beleza,
A pena leve a beijar o voo da ave,
  O voo nas asas leves da delicadeza…
A ternura da forma natural,
Infinito da natureza sensual,
Olhos, o olhar e a singeleza,
     O corpo, a alma, o essencial!...
 
Mas, somos da beleza profanos,
Tudo destruímos, tudo é normal,
    Em monstros nos transformamos!...

.
.
.
 


segunda-feira, 23 de abril de 2018

Cores do Amor e do Ódio Suave (+ ou - Um Soneto à Portuguesa)

.
.
.


Quando o ódio se transfigura em amor,
E pensamos amar aqueles que odiamos,
Sentimos o silêncio transfigurado da dor,
    A beijar cesuras pungentes que amamos!...

Quando o amor se transforma em ódio,
E pensamos odiar aqueles que amamos,
Sentimos os efeitos lancinantes do sódio,
   Mordendo feridas abertas que odiamos!...

Suamos a nossa bandeira com suas cores,
Salgamo-nos com nossas cores acolhidas,
Para saciar cores dos enganados amores;

E foram as salgadas lágrimas escondidas,
Substituídas pelos netos dos corruptores,
   Sangue colorido das feridas corrompidas!...


.
.
.