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quarta-feira, 24 de abril de 2019

Direito à Vilanagem

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Vão é o direito de votar,
No vão vive o povo anulado,
Vão foi o cego desejo popular,
    Em vão foi o direito conquistado!...

Um só ditador de uma ditadura,
Leis veladas de vários ditadores,
Reage um povo com brandura,
     Ao potentado dos senhores!...

Por cultos, no lado de fora do curral,
O direito de induzir ao culto, o gado,
É a muito culta vilanagem, em geral,
Que celebra o direito, do outro lado;

É vã cultura do vão povo enfartado,
Que olha a vã liberdade na diagonal,
Do seu vão futuro pouco importado,
     Farta vilanagem de vão olhar frontal!...

É o fartar da vilanagem,
Vilanagem que nunca se farta,
Do direito à sua egoísta vantagem,
     Sobre o povo, a quem raios o parta!...
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quarta-feira, 25 de junho de 2014

+ ou - 1 Soneto à Portuguesa


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Virou as lágrimas contra a bandeira,
Bandeira triste que também chorava,
Torcera por ela toda uma vida inteira,
    A última lágrima torcida que restava!...

A cor do sangue haveria de ser maior,
Sempre mais viva do que a esperança,
Foi trocado o escudo por algo de pior,
    Armilas caídas aos olhos duma criança!...

E sucedem-se as lágrimas dissonantes,
Choradas pelo pó que as hão de cegar,
    Em desfastios de cânticos consonantes!...

Tudo começou na esperança de ganhar,
  E cega exaltação do antes como dantes,
      Antes do herói que vencido há de voltar!...
    
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