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Vossos néctares de castas francas,
Gratuitos vícios de fragrâncias mil,
Transformaram-se em água vil,
Leve vinho de rosas brancas!...
Nasceste rosa,
Cresceste entre vinhas,
Foste uma videira graciosa,
Quiseste ser poética prosa,
Poema nas entrelinhas,
Poesia silenciosa!...
Cuidaste de todos os jardins,
Colheste as tuas uvas saborosas,
Esmagaste-as e fizeste-as ditosas,
Confundiste vinhas com jardins,
Em teus roseirais deste festins,
Jardins de brancas rosas!...
Acabaram as rosas no fundo de um copo
vazio,
Sem uma gota d´água que lhes matasse a
sede,
Embranqueceu o fígado num branco jardim
frio,
Rosas ébrias, entre brancas pétalas e a
parede!...
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