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As crianças cumprem a ordem,
Espalham-se para pedir o que podem,
Pedem a quem puder dar o que puder,
Deu o último suspiro uma pobre mulher,
E os ricos que pedem não lhe acodem!...
Uma jovem desnudada,
Pôs a nu alguma almas despidas,
Umas despiram-se da carne de suas vidas,
Outras vestiram-se com a sua carne
desejada,
Enquanto uns se davam à Natividade
marcada,
Recebendo a Esperança, para muitos,
perdida,
Almas perdidas pagavam por corpos de nada!...
As crianças continuam a pedir,
Dão inocência à inocência de quem dá,
Dão certezas do feliz Natal que alguém
terá,
Ninguém lhes mente por não querer mentir,
Dão-lhes promessas da fartura que virá,
Anuncia-se a fome que está para vir,
Os que recebem não vão acudir,
E a pedinchice continuará!...
Uma alma simples partilha o pouco que
tem,
Quem pouco tem, partilha muito do que
recebe,
Não há significado para o preço a pagar a
alguém,
Dos seus dias que partilha, nada deve a
ninguém,
Quem os diários da Alma partilha, a si, nada deve!...
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