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Mais cedo ou mais tarde,
Vemos uma nuvem que desanima,
Aproxima-se em silêncio, sem alarde,
Escorre por sua pouco líquida auto
estima,
Sua memória do arco-íris já não a mima,
Está perto do inferno sem cor e arde,
Cai sobre nós, com o céu em cima!...
Mais tarde ou mais cedo,
As nuvens mais brancas escurecem,
Desabam sobre espantalhos, em segredo,
Não haverá raios de Sol que espantem o
medo,
Searas de trigo cobrem-se de corvos e
arrefecem,
Erguendo-se da terra, nuvens de corvos amanhecem,
Para escurecerem o pão em seu triste
arremedo,
Longe do Sol que já não vêm e falecem!...
Longe do Sol que já não vêm e falecem!...
A três dias do fim do último dia,
Logo após a esperança nascer,
A terra grávida de agenesia,
Viu uma árvore esmorecer,
A chuva desaparecer,
E tudo que sentia,
Secar e morrer!...
Mais tarde ou mais cedo,
Mais tarde ou mais cedo,
As nuvens de corvos voltarão,
Chuva de penas negras escorrerão,
E aos olhos da Terra coberta de medo,
Enterrar-se-á o princípio do fim da
razão,
Haverá chuva, mais tarde ou mais cedo!...
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Cruz credo.
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