.
.
.
Os Pais não gostavam que seus filhos não
os compreendessem como eles não os compreendiam!... Compreenderem-se era um
exercício impossível, mas continuaria exercício compreensível, à luz do Amor
natural que os coincidia numa série de afectos e ligações de sangue e havia
sempre a possibilidade da herança da Alma. A carne era o que era, mais
tatuagem, menos tatuagem ou tatuagem alguma que resultasse numa relação
compreendida ou menos compreendida!... Era na incompreensão, já enraizada do
tempo em que nossos pais não nos compreendiam, que compreendíamos a razão
blindada de ambas as partes das gerações!... Os filhos sempre perceberam bem porque
não são compreendidos, escondendo compreensíveis segredos que todos sabem e que
todos sabemos, mas sempre em segredo!...
Um dia, o dia seguinte, é sempre tarde e o dia de ontem foi apenas o dia deles. Um dia só. O espaço, todo o espaço e a falta deles no seu próprio espaço e o espaço que faltava na única falha que os mantinha cheios de um ego translúcido, até ao peito, até ao olhar desconfiado, como se nós quiséssemos ocupar o espaço mais importante que nem eles conheciam, ainda que o pressentissem como um vazio bem protegido de qualquer ocupação, até que fosse ocupado pelo que tivesse de ser. Entretanto, seus olhares eram pequenos véus de fumo que de diluíam no ar de quem os olhasse. Talvez umas partículas muito transparentes, diluídas no desprezo adolescente deles, os jovens diluídos num curto espaço da sua própria natureza, a natureza de todos os que passaram e dos que haveriam de passar por esse traçado onde a luz está, algures, entre o que não se revela, o que custa revelar-se, e a impaciência da revelação descompassada, até à sua consumação imperceptível. Um dia, passaram muitos dia e, simplesmente, aconteceu,
Um dia, o dia seguinte, é sempre tarde e o dia de ontem foi apenas o dia deles. Um dia só. O espaço, todo o espaço e a falta deles no seu próprio espaço e o espaço que faltava na única falha que os mantinha cheios de um ego translúcido, até ao peito, até ao olhar desconfiado, como se nós quiséssemos ocupar o espaço mais importante que nem eles conheciam, ainda que o pressentissem como um vazio bem protegido de qualquer ocupação, até que fosse ocupado pelo que tivesse de ser. Entretanto, seus olhares eram pequenos véus de fumo que de diluíam no ar de quem os olhasse. Talvez umas partículas muito transparentes, diluídas no desprezo adolescente deles, os jovens diluídos num curto espaço da sua própria natureza, a natureza de todos os que passaram e dos que haveriam de passar por esse traçado onde a luz está, algures, entre o que não se revela, o que custa revelar-se, e a impaciência da revelação descompassada, até à sua consumação imperceptível. Um dia, passaram muitos dia e, simplesmente, aconteceu,
Como se nunca houvesse acontecido,
E se juras houvesse do que houvesse sido,
Nenhum filho saberia explicar o que
sofreu,
Sofrimento que deixaria qualquer um
aturdido,
Se a consciência lhes mostrasse o que a
vida lhes deu,
Não lhes dando o sofrimento que, deles,
não fosse seu,
Apenas dos filhos, apenas dos pais, sem o terem merecido,
Por inocência e sem a menor intenção,
De ferir aquele aconchego do coração,
Bem ninado naquele espaço tão reduzido,
E onde cabia a incomensurável sensação,
De abraçar um Amor sempre conseguido,
Até à desnecessidade de pedir perdão,
Porque, são mães e pais e são o que são,
Parte de um belo mundo incompreendido,
Que, por alguma nobre natureza da razão,
No-lo foi pedido,
E concedido,
Pelos filhos que parte de nós, nos
dão!...
Não é justo!... Fazê-lo na perfeição, sem
diferenças, exactamente como se houvesse uma escola que os formatasse e
formatasse a nossa perspectiva das coisas, do comportamento único, do amor dado
incondicionalmente sem nada querer em troca, para além de um pouco do que se
dá… um pouco de amor!... Um pouquinho, só, de amor, esse pouquinho que é tanto
quanto o que damos e sabemos que eles o têm para nos dar. Talvez, numa ocasião
muito especial das nossas vidas em que precisamos mais dele. Um abraço, finalmente,
um dia, num momento de felicidade que, se é deles, é nossa!...
Às
vezes somos fracos e, geralmente, somos todos fracos, sentimos uma fraqueza por
um sentimento que não vemos manifestar-se nos outros e fraquejamos um pouco
mais, escondendo o que sentimos, como se ninguém merecesse a nossa admiração, a
nossa amizade, o nosso amor… o melhor de nós!... Somos uma armadilha de
sentimentos vingativos em ebulição silenciosa dentro de nós, contra tudo e
contra todos e, acima de tudo, que somos nós, contra nós mesmos; como
adolescentes que olham, de soslaio, para o olhar do pai e da mãe, como se eles
fossem a metáfora ultrapassada do que eles poderiam ser, se fossem como o que
vêm em seus pais, esses seres estranhos que tanto amam em silêncio, o silêncio
como única moeda de troca, a mesma moeda que os juros transformarão num grande
tesouro, a partir de um dia!... Um dia seremos todos ricos, depois de sermos o
que resta de um tesouro em plena manifestação de amizade, respeito e amor!...
Entretanto, os pais continuam a gostar dos seus filhos e as mães são uma fonte milagrosa, da qual nasce tudo que sacia uma família. A vida, antes de correr,
Entretanto, os pais continuam a gostar dos seus filhos e as mães são uma fonte milagrosa, da qual nasce tudo que sacia uma família. A vida, antes de correr,
Nasce de algumas lágrimas e escorre,
Pode uma lágrima mostrar-se antes de
nascer,
Outra lágrima pode continuar depois de
morrer,
Só o que não existe no coração, morre,
E é no coração que continua a viver!..
...Continua...
Sem comentários:
Enviar um comentário