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… e se onde nasce o Sol a Paz é desejada
no ano da ovelha,
Pede ao inferno, o olhar desta terra que se põe, que se abra,
São bípedes abestalhados,
No macio dos tempos bastos,
A engordar nos verdes pastos,
Á sorte selvagem abandonados;
Cresceram as bestas que são agora
apanhadas de cernelha,
Afagam-lhes as cruzes fustigadas no lombo
que se descalabra,
Arfam os quadrúpedes de língua pendida e olhar
de esguelha,
E antes de verem o seu sorriso ser farpado
de orelha a orelha,
Vêm uma familiar vaca coberta pelo desejo
de ser cabra!...
São as vacas sem vergonha e de rastos,
São as vacas sem vergonha e de rastos,
Já fartas dos seus gordos bois castrados,
Fartas do olhar puro dos puros e castos,
Correm carregadas de pecados vastos,
Aguentam os cornos de bois derreados,
Enquanto
pastavam foram encornados,
Escondem agora seus cornos já gastos!...
O Sol continua a nascer e cada um tem direito à sua centelha,
O Sol continua a nascer e cada um tem direito à sua centelha,
Os pastos do olhar deposto são agora sem
cor e cor de viagra,
Pequenos olhos tranquilos vêm harmonia e
Paz numa ovelha,
Grandes olhos traídos põem-se nos cornos
de uma cabra!...
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