.
.
.
Jamais saberei,
Porque esperou que eu passasse,
Quase tropecei,
Quase a adivinhei,
Talvez viesse à procura de quem a pisasse,
De alguém que a maltratasse,
Há superstições assim, cruzadas ao
passar,
Leves passos negros, se em mim o medo
ficasse,
Pequenos passos seguindo trôpegos passos
que dei,
Como se não soubesse escolher os melhores
passos a dar,
Que por entre alguns ziguezagues,
atabalhoado, ziguezagueei,
Ai, dessa sorte rezada para que o azar
não se atravessasse,
Bem à frente do destino que muito falte
por atravessar,
Miada sorte de azarada cor que por sorte
se fizesse,
Sorte vinda de um lado qualquer que a
adoptasse,
E alguma sorte parda quisesse…
Ou o cinzento do azar!...
Sem nada saber, disso, do amor ou amar,
Um pouco de carinho que bastasse,
E com alguma ternura se desse,
Em gratidão de um meigo miar,
Ou de um humilhante rastejar,
Arrastar-se e por arrasto se arrastasse,
Como se, com todo o orgulho, dissesse,
É contigo que eu quero ficar!...
E ficou!...
Ai, este meu ser sem saber o que sou,
Este pensamento sem saber que pensar,
Suspiro, e à graça daquele miado me dou!...
.
.
.
.
Aprender com animais
ResponderEliminaré um acto de sabedoria
"Quase tropecei,
ResponderEliminarQuase a adivinhei,"
Mas eles sabem tudo que pensamos...
Tenho gatos e sei o quanto me entendem... Já eu... De limitada capacidade aprendo todos os dias como interpretá-los.
Adorei teu poema!
Abraço!
Até o meu velho cão de barro
ResponderEliminarse recusou a ser cão
Abraço
Vez em quando a gente se deixa levar pelos doces caminhos da saudade. E eles me trouxeram até aqui.
ResponderEliminarBom saber de você, assim, pelos caminhos da poesia.