quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Círculo Pendular


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Vertiginosos vínculos pendulares,
Em baloiço de vaivém sem regresso,
São impróprios movimentos angulares,
Em redor de centros comuns que atraem,
Fixam-se à velocidade constante do processo,
E outros movimentos mais ou menos circulares,
Cercando fontes de ilusão em embalado progresso,
Sempre contínuos, indeterminados e sem retrocesso,
Cálculo aproximado do queimor das vertigem singulares,
Que por elas só, tontas de prazer, sobre elas mesmas caem,
Afastando-se do próprio corpo e do eixo à mesma velocidade;
Talvez seja um vínculo circular a circular por fora da verdade,
Cercando a verdade ou verdadeiro prazer no movimento,
Capaz de circunscrever a energia de cada momento,
Com o desperdício do limite em queda da vaidade,
Queda livre num vertiginoso espaço de tempo,
De onde os pensamentos mais loucos saem,
     Sem sair de suas espirais de pensamento!...

É costumeiro o voltar de costas,
E voltar a acreditar que elas se vão voltar,
Isócronas voltas que avançam para recuar,
Recuam escondidas à procura de respostas,
Encontram-nas no recuo que as faz avançar,
Por aí andam ao redor as voltas sobrepostas,
À volta de enlouquecidas ideias expostas,
    Presas a pêndulos de vontade circular!...


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2 comentários:

  1. “Círculo Pendular” obriga o leitor a interagir, por meios síncronos, ou assíncronos, e a experimentar um percurso pontuado por extremos desconfortáveis e desmitifica o desejo como parte integrante de um corpo, ou de um caminho, por ter suas arestas marcadas pela fixação e obsessão, abismo e o topo vertiginoso, numa sofisticada poesia de puro movimento.

    Sugestivo de itinerário, o círculo, o pêndulo e o movimento são temas sobre os quais se revela a linguagem poética nessa obra. Uma viagem circular, onde a paisagem não representa nem um ponto de chegada nem de partida, mas de contínua busca. E incansável. Sem pódio. Sem troféu. Sem vencidos e sem vencedores. Andarilha, a poesia também errante e forasteira, cria um ambiente propício à evasão. Evasão de espaço, de tempo, de fronteiras e de áreas delimitadas, representadas por aquilo que d’Alma especifica como “Capaz de circunscrever a energia de cada momento, / Com o desperdício do limite em queda da vaidade,”. Metáforas que, de alguma forma, exprimem uma espiral de fantasias, e ilusões, traduzidas, inversamente, pelo apogeu de uma humildade.

    E de repente, a sensação de incompletude, delineada por um percurso de idas e voltas ao redor de um mesmo tema, e subtema, faz com que o Poema se materialize numa experiência que já vivi. Ou vivo. A linguagem pútrida, e a viagem cujo destino, é sempre o abismo, às mazelas de sempre, quando só a vontade não basta para realizar. Nem o sonho nem a aventura que uma viagem proporciona, e o deslocamento, estigmatizado pelo pêndulo, mais indica uma expiação.

    Mas a poesia está lá. Ou por isso ela existe. De natureza caminhante, não só a poesia é andarilha, também o leitor. Ou a leitora. Ao movimento que deixa rastros de reflexão.


    Bom fim de semana.

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  2. Agradeço a visita no Sedimentos num dia tão especial para mim!
    Obrigada por passar e comentar.

    Vida circundante onde coisas boas vão acontecendo e as ruins vão passando como experiência para se repensar e não se refazer de novo!

    Beijos e abraços.

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