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Que teria visto o sorridente petiz,
Com sua cândida inocência e pura,
Quando num riso envergonhado diz,
Que a uns milímetros do seu nariz,
A rolinha, -diz ele a jurar que jura-
Pôs
dois ovos no buraco da fechadura?!...
Em todas as portas há fechaduras sagazes,
Em todas as portas há fechaduras sagazes,
E todas as rolas que espreitam são capazes,
De nelas sentirem dois ovos escuros a bater,
Aninhando-se em ninhos quentes de prazer,
Muitas passarinhas esquecidas das chaves,
Fecham-se em pequenos ovos sem o saber,
Espreitam-nas a inocência de outras aves!...
Há um buraco na fechadura,
Há um buraco na fechadura,
A brilhar com intensidade,
Palpita com ansiedade,
Em segredo que pouco dura,
Abrem-se as portas com ternura,
Às chaves inocentes da curiosidade!...
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