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Saberão os dias resistir,
Aos dias ferozes que se abeiram,
Por mais que resistam os dias de sentir,
Sem o sentirem, acabarão por sucumbir,
E terão fim, por mais que não queiram!...
Há dias e há dias de verdade,
Há dias e há dias que mentem,
Verdades dos dias que sentem,
Não se escondem da saudade,
Amanhecendo-se na claridade,
Do dia findo que pressentem,
E anoitecem na luzente idade,
Das mentiras que consentem,
Por tristeza e triste bondade!...
E os dias que não são dias,
Escondidos no tempo fugidio,
Acordam das noites sombrias,
Como sombras cobertas de cio,
Possuídas por auroras fugidias!...
São os dias que não resistem,
Às noites amantes que caem,
Entram nas noites e insistem,
Prostituem a verdade e saem!...
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Prostituem a verdade e saem!...
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