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Carregaram-os em ombros, aos cravos
triunfantes,
Regressaram os cravos pródigos educados no
exílio,
Voaram em eufórica Liberdade, como nunca dantes,
Asas e cravos encontraram-se com filhos
estudantes,
O povo soltou-se dos braços da pátria em
seu auxílio,
Um poeta desertor prestou-se ao seu clamado idílio,
Ficou marcado esse Abril com seus cravos brilhantes!...
Filhos de cravos, mais filhos do que
filhos vulgares
Foram exilados em colégios nobres só para
eleitos,
Aos ranhosos fora dada a liberdade e seus
efeitos,
Cantar o hino sem obrigação é coisa de
outros ares;
Disse o velho coberto de tempo ao falar de
direitos:
-O
sabor da tua colheita saberá ao que semeares!...
Com um punhado de terra negou meses
perfeitos,
Das suas mãos caiu terra fértil
e fartura dos mares!...
Jovens cravos transformaram-se em
professores,
Sartre alastrava-se e depressa cus se
mostraram,
Quando virados para um governante de
doutores,
Os cus universitário provocam intelectuais rumores;
Libertou-se a literatura e as liberdades se
revelaram,
Beauvoir, libertada de sua timidez,
Alertou para futuros estados de estupidez,
Fosse qual fosse o país que socialistas
tomaram,
Ou a ser tomados por capitalistas
devoradores!...
O ensino programado é um estado de pequenez,
Tão fácil programar docentes no simulacro das cores,
Acreditaram nos intelectuais, seus excelsos
superiores,
Esses mestres incontestáveis que para
emigrar pagaram,
-Ou, se sem medo, digamos,
Com língua de palmo, o pagamos!...
-Ou, se sem medo, digamos,
Com língua de palmo, o pagamos!...
Aprenderam tudo que de errado até hoje
ensinaram,
E, por cá, dos intestinos apodrecidos de
sua altivez,
Filhos desiguais dos altivos filhos que
Abril fez,
Já não se revêm nos traidores que lutaram,
Com cravos, agora, cobertos de palidez!...
Faz-te ao mar pequeno barco servil,
Não percas de vista os beijos no cais,
Regressa ao teu país depois de Abril,
Cravos
de Abril, é que nunca mais!...
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