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Ao último copo bebido perto da porta,
O vinho transbordava da cheia vontade,
Por tanto que antes de tanto fora bebido,
-Antes do último, portanto,
Do último, a incerteza, contudo-
E outro tanto,
Foram-se os cálculos de ar sisudo,
Veio o riso livre e o desabafo com tudo,
E toda a zombaria ao silêncio com
alarido;
Agora, zoina, ora hirto um dedo antes
mudo,
Escondido na mão entre dedos sóbrios
contido,
Ora agora que a verdade é o que muito
importa,
Para dentro bem cheio de quase ter conseguido,
Adormece sem força e sem copo, a boca já
torta,
E lá se enrola a língua dentro do copo da porta!...
Num dia desses haveria de beber todos os
dias,
Não restaria um só dia com entradas
medrosas,
Chegaria o dia em que beberia as
covardias,
Das portas malditas patentes às ironias,
Sarcasmos de saídas corajosas!...
Ainda estão as portas abertas para os que
entram,
Abertas ao último copo de quem bebe mais algum,
São
loucos os últimos copos que a saída enfrentam,
Sem o tino que lhes diga se o último copo aguentam,
Bebem tudo que podem e à saída arreiam
mais um!...
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