Dentro de ti, ó meu Portugal,
Já foste Portugal dentro de ti,
Dentro de ti, já a ti não és igual,
Tão igual és a quem de ti se ri.
Tão redonda é a esférica riqueza,
Da bola sem alma nem coração,
Que cresce nesta perdida nação,
Bela é a cegueira da pobreza,
Não há bola sem senão.
Aluga-se este Portugal de ninguém,
A todos os apátridas estrangeiros,
Pagas com o dinheiro de alguém,
Sujam-se valores verdadeiros,
Lavam-se sujos dinheiros,
Todos sabem de quem.
Sem nacional dó nem piedade,
É Portugal um jogo de asneiras,
Na bola é escondida a verdade,
De mentiras verdadeiras.