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Longos segundos submergidos na água fria,
Afogam-se cabelos negros em mais uma
madrugada,
Por momentos, a sombra dos olhos flutua
na água passada,
Seios frios flutuam fora do peito da
respiração sombria,
O desespero de um amor que na sombra se
perdia,
Obrigou à fuga para o ar que os olhos respirava,
Estalaram os cabelos no olhar que já não
via,
Um eclipse bate como uma chicotada!...
Vivem olhos à espreita atrás da franja
dos cabelos,
Óculos de sol denso escondem-lhes a
sombra do olhar,
Ninguém dá por eles quando se escondem ao
passar,
Passam olhos que ninguém vê, à procura de
vê-los,
Não é visto quem se despe de seus frios apelos,
E apela à sombra que não os deixe voltar,
Volta-se o sol para entristecê-los!...
O sol escurece a luz de olhos desalentados,
Há tanta luz abraçada ao calor que
passou,
Sombra de olhos caídos foi tudo que
ficou,
Da sombra nascem lacrimejos iluminados,
Há
a recordação de alguém que abraçou!...
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