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“…de qualquer maneira,
Por mais linda que seja,
Para a patroa feia e sua inveja,
Serei sempre uma porca rameira,
Pano de chão de língua na soleira,
Serei sempre uma pobre sopeira!...
Criadinha de servir,
Ao servir como ninguém,
Servindo-se no papel de mãe,
Escreve o trabalho sem um ai,
Livro que esconde seu sentir,
À patroa rica que há-de vir,
Contratá-la com desdém,
Do qual não se abstrai,
De encontrar mais um pai,
Para mais um filho que vai parir,
Irmão de outros que ao mesmo não sai!...
…de qualquer maneira,
Pago pelo apagado calor,
De mais um casal sem amor,
Frio rescaldo de fria fogueira,
Que me queima naquela asneira,
De ser prazer em vez de dor;
De qualquer maneira,
Serei sempre uma Sopeira!... “
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