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Lamacenta esta noite densa,
Empertigada a cama que me cobra,
-E me quebra-
-E me quebra-
Conto as voltas que voltam e a volta que
me dobra,
Dobro-me até fechar-me em concha
receptiva à tua presença,
Procuro-te na lama do teu desejo e em
minha querença,
Teu corpo que se afasta beijando a lama
que sobra,
Desliza até ao lodo repousado na
indiferença,
-E lentamente se requebra-
Imiscui-se na lama que sua forma recobra,
Volta a ser lençol enlameado, nossa
pertença!...
Repousa enlameada nossa Alma,
Em
enlameados lençóis de lama,
Uma voz enlameada que chama,
Adormece na madrugada calma,
Com sonhos resvalados da cama!...
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