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terça-feira, 3 de julho de 2018

Azar de Truta (Morte do Espírito da Pesca)

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Eu sou o rio,
Sou o pescador,
Eu sou quem me rio,
Do rio que se ri de mim,
Rio sem nascente, rio sem fim,
A transbordar de um cacifo vazio;
Cheiram as sujas águas a abafado bafio,
Aprisionadas num oceano de tratado fedor,
Há centenas de esfomeadas trutas ao dispor,
   Lançadas à fome por um pescador tardio!...
    
Acordaram as trutas muito cedo,
Dizem que algumas nem dormiram,
As trutas não sabem morrer de medo,
Morreram no cemitério onde caíram
Resignadas, entregam-se sem luta,
E muitas outras do rio saíram,
     Salvas pelo azar de truta!...

Há um pescador aborrecido,
Em sua pasmaceira absoluta,
    Do espírito da pesca desprovido!...

 

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