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O mamilo saliente,
Levemente gengibre e rosado,
Um doce polvilho de sopro e pecado,
Uma pitada de desejo controlado e quente,
Deixar escorrer um fio de beijo úmido e
desejado,
Umedecer o desejo com desejo de papila suave
e indecente,
Lamber um pouco de sal do corpo e
contornar o mamilo suavemente,
Acrescentar ao paladar o prazer irresistível
de querer ser provado,
E mordiscar os lábios nervosos sem
resistir à tentação ardente,
De penetrar a dureza doce na acidez do sabor aveludado!...
Abre-se o próximo beijo à passagem para a
sobremesa,
Vira-se o desejo bem quente antes que o
prato arrefeça,
O reverso é tentador e dá-se a mostrar
atrás da defesa,
Um lubrificante beija o angusto pecado
dado à surpresa,
Com um travo de escorregadios aperitivos,
O deslize apodera-se de órgãos sensitivos,
Atrás do prato, o prato deseja que o
deslize aconteça,
Desliza com cuidado antes que a vontade desapareça,
Não há contas a fazer, é o prazer que paga a despesa!...
À mesa feita de mal cozinhados tabus,
Provam-se estranhos beijos intuitivos,
Há cozinhas de cuzinheiros bem vivos,
Cozinham os desejos que comem crus,
Gourmet de novos sabores primitivos!...
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