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terça-feira, 7 de maio de 2013

Desejo da Brancura Serrana

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De nariz no vidro, apareceu do nada espavorida,
Todinha vestida de indutoras frescuras brancas,
Adivinhava-lhe rendas íntimas e uma sedutora liga,
Entre a meia-idade das ainda capazes coxas, perdida,
E outra de um branco sujo, exalando ácido de potrancas,
  Compradas, avulso, na lembrança sedutora daquelas ancas!...

Notava na brancura carnes amolecidas,
E sais de banho das fragrâncias silvestres,
A espuma curiosa das certezas perdidas,
Escoadas no ralo das traições cometidas,
Pelos descansados enganos dos trimestres,
Alcovitados na nobreza de passeios terrestres,
    Esses ínvios caminhos das mansões prometidas!...

Foram sempre os ventos da serra,
Que erigiram as metrópoles serranas,
Pela caridade de remeladas pestanas,
Esses cadeados de olhos sem paixão,
Caídos nas raízes dos abrolhos da terra,
Que cegos para o amor e para a guerra,
Cavavam a paz entre as pedras soberanas,
E a encrespada pele de sapo do vento suão;
E foi esse fustigar, atestado de recomendação,
Que os ensinou a lavrar o papel que ainda os ferra,
Com toda a raiva do plexo de originárias membranas,
    Enterradas no anonimato migratório da tentada elevação!...

Afinal, as serras também são cosmopolitas,
E os carros brancos não escrevem sobre granitos,
Migram entre cores indecifráveis de círculos eruditos,
Permanecendo na raiz de sempre dos abrolhos eremitas,
Que os prende às terapias das ricas e estimadas escritas,
Remédio de amor dos aprisionados sítios benditos!...

A metrópole das serranias,
Cava calos no corpo humano,
Desenterra rústicas fantasias,
E cultiva familiares simpatias,
     No recato do povo serrano!...

A moçoila de branco escorreito,
De nariz bem colado aos vidros opacos,
Procura pedras de ouro no sonho desfeito,
    E amor no reflexo dos seus espelhos fracos!...
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