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Como em tantas outras formas de
desprezar,
Não desprezando os filhos da pobreza do
costume,
Familiares e amigos continuam a dar um ar
do seu perfume,
Oferecendo as mais ricas desculpas para o
pobre cheirar,
Ninguém lhe dá laços de lágrimas para o
ver chorar,
Nas lágrimas não há uma réstia de queixume!...
Como em tantas vezes que Jesus Nasceu,
Estrelas brilhantes têm um brilho
providencial,
Lembro-me de ver uma luz que nos olhos pereceu,
Olhos afogados na sombra que a luz já
esqueceu,
Uma centelha dá por momentos um forte
sinal,
Um lindo sorriso estende-lhe a mão macia,
Deseja-lhe com carinho um feliz Natal;
Mais um pobre de esperança vazia,
Que nos sorriso dos outros se esbateu,
Lembro-me da inconsciência que se
reacendeu,
Naquele distante encontro em desencontro total,
Uma lágrima incapaz de conter-se, apareceu,
E toda a igualdade se tornou desigual,
Igual a mais um diferente dia,
Muita tristeza recorda o sorriso que fugia,
Com a hipocrisia e avareza, e tão tal quanto qual,
Ainda dizem os ombros encolhidos do pobre que dizia:
-Bem haja, não faz mal!...
Como a tantos pobres que todos deveríamos
ser,
Faltam muitas palavras, o pão, o calor e o saber Amar,
Em nossos olhos não falta esse egoísta desejo de
tudo ter,
Há uma Luz humilde que nasce para nos fazer ver,
E apenas olhamos o brilho que nos faz cegar!...
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