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O fim do tempo que nosso tempo de mãos abertas aguardou,
Como se de um tempo de todos os tempos nosso tempo se tratasse,
Por cada tempo que no tempo passou e parado no tempo aguardasse,
Aguardando naquele tempo o tratado que pelo tempo o tempo tratou,
Acordo temporário gravado na Esperança que no tempo perdido gravou,
Esperanças temporãs do tempo na espera que o tempo se fecundasse!...
E o tempo que sempre passa,
Passa por não ser o tempo pelo qual teu desejo passou,
Passando por ser tempo escondido de nova Esperança traída,
Não passa de adiado tempo passado por momentos de fé vencida,
Vencendo os mesmos momentos que o tempo de ti e por ti se guardou,
Guardando teu resguardado tempo que no tempo certo do tempo se libertou,
Voando nas asas do tempo em adejado voo sobre tua hora prometida!...
Mas tudo que do tempo resta é a silenciosa profecia caída em graça,
Desgraçada na ideia calada do tempo de sempre que passa!...
São bem vindas chaves de ouro que brilham no tempo fechado,
Promessas feitas de olhos fechados aos dourados cadeados do tempo,
Fechaduras intemporais dessas palavras prisioneiras em celas de vento,
Brisas que deslizam nas goelas de um passageiro por alguém arrebatado,
Descrente de tudo na crença do nada é falsa volta de pião desatinado,
Rodopiando no avesso do sentido contrário à mágoa de desalento!...
Fechaduras de mil línguas que dos tempos fantásticos se servem,
Portas fechadas que de tempos a tempos prometiam abrir-se ao alento,
Do último dia, volta o primeiro de onde as mesmas dúvidas se erguem!...
Mas tudo que do tempo resta, é a silenciosa profecia caída em graça,
Desgraçada na ideia calada do tempo que passa!...
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