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domingo, 2 de janeiro de 2011

Ampulheta




Uma ampulheta,
Reflexo de espelhos,
Uma cinta estrangulada,
Dois irreflectidos conselhos,
Pó nas asas de uma borboleta,
Condão sem tempo de uma fada,
Caída no sono de uma madrugada,
Roubada à cartola de dois coelhos,
Escorridos da ponta de uma caneta,
Sem sangue azul perdido na gaveta,
Que no caruncho do tempo se acaba,
Levando uma primavera de violetas,
Sob a súplica de inocentes joelhos,
Carregados dos secos folhelhos,
De espigadas cançonetas!

E o tempo que cai e não se estanca,
É o mesmo que do mesmo tempo se levanta!