Uma ampulheta,
Reflexo de espelhos,
Uma cinta estrangulada,
Dois irreflectidos conselhos,
Pó nas asas de uma borboleta,
Condão sem tempo de uma fada,
Caída no sono de uma madrugada,
Roubada à cartola de dois coelhos,
Escorridos da ponta de uma caneta,
Sem sangue azul perdido na gaveta,
Que no caruncho do tempo se acaba,
Levando uma primavera de violetas,
Sob a súplica de inocentes joelhos,
Carregados dos secos folhelhos,
De espigadas cançonetas!
E o tempo que cai e não se estanca,
É o mesmo que do mesmo tempo se levanta!