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domingo, 18 de setembro de 2011

Alvado

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Um calvo cabo de velho eucalipto imponente,
Ergue-se ao renascer um novo alvor diferente,
Sacode terra desterrada do olhar desenterrado,
Na memória ainda cava uma sachola obediente,
Arrancando da terra o suor do campo semeado,
É tempo de voltar a ser vigoroso corpo abraçado,
Pela parte que de sua parte é parte concernente,
Tempo de ser-se completo pelo olho do alvado!...

Um ancinho longe do néon da moderna floresta,
Dormia com seus dentes arreganhados para o ar,
Por falta de pagamento viam-se as luzes apagar,
Nas noites da ribalta trevas eram donas da festa,
Um desalojado da terra regressa à casa modesta,
Lembrou a humildade que resolvera abandonar,
Ao pisar uns dentes levou com o cabo na testa!...

O cabo está bem apertado,
Um campo fresco está semeado,
A natureza tem seus decifráveis códigos,
Na taberna embebeda-se o canto do fado,
A terra acolhe seus filhos pródigos,
Olha-se a colheita pelo olho do alvado!..

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