quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Inexistência do Existir


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Eu penso que a guerra não existe,
É-me essa fraca ideia que persiste,
Em ser a indiferença do “tanto faz”,
Tanto faz que nunca se viva em paz,
No coração de quem da paz desiste,
   E, à sua frente, vem a guerra atrás!...

Até penso que o meu pensamento,
É a guerra aberta com o que penso,
Se é pela paz que a guerra lamento,
Não lamento meu espantoso senso,
Propenso à paz que já não aguento,
   Paz pútrida de cheiro tão intenso!...

Fica Deus pensativo e Estupefacto,
Pensativo, não fica o Diabo melhor,
É o remédio para a paz muito pior,
Remédio violento, guerra de facto,
Receita de pensamento putrefacto,
    Como se fosse a morte mal menor!...

Eu penso que a guerra não existe,
Nem nunca a paz, pela paz existiu,
Naquele mundo que se ergue triste,
 De onde a paz da consciência caiu!...
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