.
.
.
Ressequidas mimosas que não floresceram,
Nesses montes solitários dos dias de
janeiro,
Muitos olhos cansados desistiram
primeiro,
Os olhos que, em vigília e secando, viveram;
Os olhos que, em vigília e secando, viveram;
Sequiosas lágrimas de mimosas escorreram,
Amareladas e secas, sem sabor, nem
cheiro,
Tardias as flores que da vida se
esconderam,
Talvez floresçam no frio comum de
fevereiro,
E as flores acenarão, sem cor,
Que foi a vontade do Criador,
Dar à natureza a incerteza do ser
verdadeiro,
Verdade das almas que lindas flores
colheram,
Flores cortadas sem amor,
Por quem diz que as mimosas já
morreram!...
Morremos nós também,
Morremos nós também,
E todos somos mimosas,
É mimosa e é nossa mãe,
São elas flores graciosas,
Anjos de asas milagrosas,
Voo que da vida provém,
Voo que da vida provém,
Fonte de vidas preciosas,
Água que sabe tão bem!...
Não sorrimos,
Elas murcham,
E nós não florimos,
Água que sabe tão bem!...
Não sorrimos,
Elas murcham,
E nós não florimos,
Como flores murchamos,
Como murchas flores caímos,
Como flores que às flores saímos,
São as lindas mimosas que nós amamos,
Enchem-nos de mimos e por mais clamamos,
Quando as mimosas morrem, suas flores descobrimos,
Queremos ser como as flores que, sem saber, desprezamos!...
Queremos ser como as flores que, sem saber, desprezamos!...
.
.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário