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Governou-se à vista,
Como quem farejou uma pista,
Nas águas evaporadas do alto mar,
Onde cargueiros mentirosos de morta ideologia Socialista,
Foram carregados com antibióticos de outra ideologia peculiar,
Convencendo náufragos Democratas que ajudaram o barco a afundar,
Nos olhos trocados de um descarado mentiroso optimista,
Que tingiu as águas já turvas de um cardume pessimista;
Navega agora a mentira ao deus dará, sem abrandar,
Na direcção convicta do imaginário calculista,
De um polvo cínico e populista!...
Nesta agonia do capitalismo desesperado,
Agitam-se os cadáveres de analfabetos,
Afogados em dívidas sem projectos,
Tentando entender o significado,
De saberem seu futuro penhorado,
No dinheiro fácil dos capitalistas inquietos!...
Abrem-se covas rasas no spread de lucro total,
As mesmas covas onde se enterra o vil metal,
A felicidade fugaz e apropria vida,
Com pás já gastas de cavar desemprego fatal,
Sustento de uma família perdida,
Tentando à fome ser foragida,
Sem oportunidades de renovado sinal,
Perdido na inveja de independência prometida,
De causar inveja à confiança suicida,
Vizinha aflitiva de aflita cegueira igual,
Que, por não verem, depois da vingança homicida,
Lá encherão o bolso aos ricos doutores no tribunal!...
Assim se afunda o vosso Portugal,
Que, por me sido roubado, é meu também,
O mesmo Portugal que ao roubar com desdém,
Colho a míngua de uma velha senhora tradicional,
Que bem disfarçada de solidária liderança intelectual,
Sustenta-se da burrice de um pobre povo que sustém,
As mordomias palacianas de S. Bento e Belém!...
Concedem-se créditos assassinos,
Aos olhos vazios de prazos esvaziados de cumprimento,
Atidos olhares postos num esperado público fomento,
Acreditando na palavra bífida de aldrabões cristalinos,
Comprometedora aldrabice de trapaceiros destinos,
Montados sobre fósforos queimados do orçamento,
Comidos pela gestão criminosa de frios ferinos!...
Pobreza da classe média sem premissas,
É número forte de um activo financeiro,
Valendo à sôfrega mentira rios de dinheiro,
Atravessadas por deputadas pontes levadiças,
Areias de sangue suado, lambido pelo gordo banqueiro,
Sal da economia, tempero hipertenso de todas as cobiças!
O lucro garantido por larga margem,
Só é possível conjugando governantes danosos,
Com políticos hereditários de embustes famosos,
Comprados por polvos do capitalismo selvagem,
Não esquecendo gestores de lucrativa linguagem,
Ao dispor de engenhosos lucros monstruosos!...
Na verdade, compram-se leis à medida dos ladrões,
Vendem-se cordas de forca, pistolas adaptadas e 605 forte,
Voos a pique do investimento em altíssimas pontes da morte,
Implora-se pelo empréstimo para o palácio de todas as ilusões,
Para as férias de sonho e o carro mais caro do que o dos patrões,
Mas, sem o saber, depressa passam de activos com sorte,
A passivos contaminados, já sem lugar nas prisões!...
Resta o Céu onde sempre esteve a terra que os há-de comer,
O inferno das entrelinhas como garantia do crédito sem avalista,
Resta ainda a diferença entre o princípio da compra optimista,
E o pessimismo depressivo de quem para sempre ficará a dever!...
Administram-se analgésicos no cadáver dos penhores,
É esquecido o pão penhorado de um País deixado a arder,
Onde se especula sobre os males de todas as dores,
Contratam-se, então, os mais caros especuladores,
Na especulação do que se pretende combater,
Assegurando o abismo que não pára de crescer,
Entre a nossa fome e a fortuna dos doutores!...
Decide-se castigar o Povo por deixar a miséria chegar a tal estado,
Como se o ouro de Portugal fosse gerido pelo mesmo povo culpado!!!!!!....
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