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Fazem lá ideia das sombras que as sombras
fazem à sombra de uma mulher?!...
Quem de vocês sabe da luz que vos
ilumina?!...
Vêm-se à luz dos olhos de uma menina,
Vêm-se à luz dos olhos de uma menina,
Envelhecem e como quem não se quer,
Sequer se lembram da luz e de quem a quer,
Para que ilumine a beleza que a mulher defina,
Á viva luz verdadeira de quem a quiser!...
Sabem lá vocês das sombras localizadas,
Sabem lá vocês das sombras localizadas,
Do esplendor das olheiras alcoolizadas,
E outras sombras de mulheres sombrias,
Sombras rebeldes de mulheres cansadas,
Sombras rebeldes de mulheres cansadas,
Perdidas nas sombras das noites vadias,
Onde deambulam suas sombras finadas,
Como se a luz se finasse na vida dos dias,
E mulheres sem luz se vissem apagadas!...
Sabem lá vocês o que é não brilhar no
escuro,
Sabem lá vocês o que é pensar ser luz que
o mundo vai ver,
Sabem lá vocês o que é uma sombra que não
quer ser,
Ser promessa de luz dos prometidos dias
sem futuro,
E acabar esmagada pela sombra densa de um
muro,
Tão alto, tão largo, tão negro que
apetece morrer,
Porque do muro espreita uma luz que faz
sofrer,
Faz ter esperança no desejo mais puro,
Da certeza de voltar a nascer,
Sem o saber,
Sem o saber,
Do outro lado!...
Vocês sabem lá,
O que é ser amado,
Pela mulher de luz que virá,
Da sombra onde foi muro odiado,
Foi o outro lado, pela mulher sonhado…
Vocês sabem lá,
O que a sombra saberá,
Sobre ser outro dia acabado,
Ser noite sem a luz que não terá,
Nem a sombra nem o ser iluminado,
Sentir-se anoitecer no dia que
anoitecerá,
Á luz de uma mulher, do outro lado!...
Vocês sabem lá!...
Vocês sabem lá!...
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