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Bem guardadas,
Tesouros irreveláveis,
Á espera de serem articuladas,
Algumas, são por muitos veneradas,
Proferidas por seus donos pouco fiáveis,
Escravos delas e tal como elas articuláveis,
Escravos delas e tal como elas articuláveis,
Por aí à solta, de boca em boca
libertadas,
Bem acolhidas, por outros insuportáveis,
Pela ligeireza da bífida língua
fustigadas,
Á mentira e à verdade indispensáveis,
Doces e leves, amargas e pesadas,
Alívio,
ou doem como pedradas,
São de amor ou detestáveis,
Só
ao silêncio confiadas!...
E é em silêncio que devem ser ouvidas,
Escutadas com ouvidos livres de asneiras,
Que não sejam muitas delas confundidas,
Com o silêncio das palavras verdadeiras!...
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